SALA VERDE REAP – Rede de Educação Ambiental da Alta Paulista

Projeto de Extensão da UNESP – Câmpus de Tupã


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COMUNIDADES TRADICIONAIS

As pesquisas e assuntos relacionados à sociabilidade de uma comunidade em relação as suas tradições ancestrais e seu modo de vida para o seu desenvolvimento, levaram o Brasil a criação de uma legislação decorrente ao desenvolvimento sustentável de povos e comunidades tradicionais, que é o Decreto Federal nº6040, de 07/02/2007,no qual trouxe a definição prévia de comunidades tradicionais como:

Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas própriasde organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição (BRASIL, 2007).

Segundo Moraes et al. (2017) e Silva (2007), as comunidades   tradicionais possuem como característica principal, o modo de vida autossustentável, se adaptando aos recursos disponíveis pelo bioma a qual estão inseridas, utilizando os recursos naturais disponíveis. Sendo assim, seus territórios não podem ser utilizados, prevalecendo como uma consequência ambiental favorável à preservação do meio ambiente, já que há conflitos com a expansão  agropecuária do Brasil. Por isso, reinvindicam constantemente a participação do governo na preservação das comunidades tradicionais, tanto na demarcação de terras, quanto na execução de políticas públicas direcionadas aos povos tradicionais.

Com vistas ao Decreto Federal 6040 de 2007, Vieira (2014) relata o desafio de resgatar a identidade cultural e o pertencimento das comunidades tradicionais no Brasil, evidenciando uma grande diversidade de comunidades tradicionais como os ciganos, ribeirinhos, seringueiros, quebradeiras de coco babaçu, caiçaras, agroextrativistas da Amazônia, geraizeiros, povos dos faxinais dos fundos de pasto, pantaneiros, comunidades de terreiros, quilombolas entre outras.

Diegues (2000) também cita que a Lei n°6040, trouxe enormes reflexões no que diz respeito de como é uma comunidade tradicional e qual a sua representatividade. Porém acima de tudo, originou-se no reconhecimento oficial desses povos culturalmente diferenciados, por sobreviverem de modo tradicional, mantendo aquilo que lhes foi ensinado e respeitando o modus vivendi, as comunidades tradicionais podem ser caracterizadas como histórias vivas, indo muito além dos povos indígenas, e podendo ser originárias de qualquer lugar, área ou região (DIEGUES, 2000).

Como Campos (2020) ainda enfatiza, as comunidades tradicionais brasileiras, delineadas legalmente por esse Decreto 6040/2007, tratam os seus caminhos para o reconhecimento ofícial, legal ou científico para que possam ganhar maior visibilidade e empoderamento para sua jornada de luta por direitos às políticas públicas demarcadas constitucionalmente.

Referências

BRASIL. Lei n°6040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm>. Acesso em 18 de novembro de 2021.

CAMPOS, A. DE C.; CAMPOS, R. T.; MELO, V. G. N.; PIRES, B. R. C.; MORAES, N. R. DE. Comunidades tradicionais de geraizeiros no território brasileiro: formação, identidade e cultura. Revista Observatório, v. 6, n. 1, p. a13pt, 3 jan. 2020.

DIEGUES,A.C. Biodiversidade e Comunidades Tradicionais no Brasil. São Paulo: Cobio, 2000.

MORAES, N. R.; BRUMATTI, L. M.; LIMA, A. R.; CAMPOS, A. C. Análise da convergência conceitual dos termos “território” e “comunidade tradicional” no Brasil. Revista Observatório , v. 3, n. 4, p. 518-539, 1 jul. 2017.

SILVA, M.O. Saindo da invisibilidade – a política nacional de povos e comunidades tradicionais. Revista Inclusão Social. Brasília, v.2, n.2, p.7-9, 2007.

VIEIRA, M.G. Os direitos fundamentais das comunidades tradicionais: crítica ao etnocentrismo ambiental brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014.

Saiba mais:

INSTITUTO ECOBRASIL. Comunidades ou Populações Tradicionais. Disponível em: http://www.ecobrasil.eco.br/noticias-rodape/1272-comunidades-ou-populacoes-tradicionais

MORAES, Nelson Russo; CAMPOS, Alexandre de Castro; QUIQUETO, Ana Maria Barbosa. A sociabilidade em Ferdinand Tönnies e o modus vivendi de comunidades tradicionais de geraizeiros: aproximações possíveis a partir dos estudos da Comunidade Tradicional da Matinha (Guaraí/Tocantins). Patrimônio e Memória, Assis, SP, v. 17, n. 1, p. 117-133, jan./jun. 2021. Disponível em: https://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/1312

Série Estudos sobre povos originários e comunidades tradicionais. Disponível em: https://www.editorafi.org/povos


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Lançamento do 2º Álbum Musical Regional. Talentos, histórias e parcerias

Foto: Sandra Rigatto, 16/12/2021.

Aconteceu dia 16/12, em Adamantina, o lançamento do 2º Álbum Musical Regional. Escritores de várias cidades relataram suas memórias em poemas musicados por Cida Ajala, transpondo percepções e histórias regionais para a linguagem musical. Viola, violão, acordeão e harpa paraguaia estão nos arranjos instrumentais das melodias compostas no estilo raiz da cantora, que tão bem reproduz as influências culturais presentes no oeste paulista e em grande parte do interior brasileiro.

De Pauliceia, Izabel Cristina Sanchez Castagna Zulato escreveu Raízes para contar a seu netinho um pouco da história regional. De Tupi Paulista, sua mãe, Luzia Castagna Sanchez, hoje com 84 anos, enaltece o lugar em que mora com Aqui é o Meu Lugar. Eunice Ladeia Guimarães Amaro, de Irapuru, registra o longo momento pandêmico com Vai Passar. Esmeraldo Pereira, de Adamantina, em Águas do Paraná, destaca o majestoso rio que nos faz divisa a oeste. Também de Adamantina, Aline Valente Nunes Borro homenageia a sua cidade natal em Com Carinho, a Mariápolis. Luan Calderaro Costa, de Tupã, demonstra seu amor pela avó em Ilha de Sezília e faz uma síntese das criações do 1º álbum musical em Coração do Interior. Izabel Castanha Gil homenageia a pessoa que cuidou de seus três filhos, ainda muito pequeno, em Fátima, e destaca a temática das migrações internacionais inspirada na saga de um jovem retirante de Guiné-Bissau, em Diário de Um Refugiado. Bruno Vinícius Martielo Rondon tem seu primeiro poema musicado, Tupã, e o dedica a sua cidade natal. Laís Olmo da Silva, de Adamantina, destaca a aventura musical que estamos empreendendo em Nova História. João Passarinho conta um pouco da história da cidade em Gratidão. O padre Domingos de Jesus, de Monte Castelo, dá um toque plural ao movimento musical regional. Ele escreve seus poemas, compõe e interpreta a melodia, nos brindando com Agricultura Familiar e Vais, Depois Tu Voltas.

Cida Ajala reside em Presidente Prudente e tem uma longa trajetória artística. Além das várias gravações autorais, mantém o projeto Musicando Sua Poesia, do qual passamos a fazer parte. É membro da Orquestra de Viola Caipira de Presidente Prudente e de outras tantas iniciativas musicais. O 2º Álbum Musical Regional Latitude 21 tem arranjos do maestro Anselmo Ferreira, acordeão de Emerson Barbosa e a inconfundível harpa paraguaia de Derlis Fernandez.

Os próprios escritores patrocinaram as composições musicais, cujas gravações foram feitas no estúdio LS, em Álvares Machado. O reconhecimento do trabalho já é notório, com as músicas já fazendo parte do acervo musical de várias rádios das cidades da Nova Alta Paulista e pela Rádio Brazuca, de São Paulo, onde Cida Ajala mantém um programa semanal. Seu trabalho conquistou também um programa semanal na TV Xanxerê, de Xanxerê/SC, onde nossas criações musicais são transmitidas nas manhãs de sábado. Há outras conquistas a caminho e isso nos deixa bastante esperançosos.

Numa simpática demonstração de reconhecimento e estímulo, o show de lançamento do 2º Álbum Musical Regional foi promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Adamantina, com apoio cultural da UniFAI, da ETEC Prof. Eudécio Luiz Vicente e da Rede de Educação Ambiental da Alta Paulista (REAP), vinculada à UNESP, Campus Tupã. Laís Olmo da Silva, em 2020, foi contemplada com a Lei Aldir Blanc e, neste evento, contribuiu para que o show pudesse ser transmitido pela TV Cidade. Tivemos também o apoio da Rádio Life FM. Nossos agradecimentos a cada um deles e, em especial, ao público que nos prestigiou com a sua presença.

Esse projeto cultural intenção de valorizar os talentos locais e, com eles, representar as identidades regionais em diversas linguagens, entre elas a literatura e a música. Em breve, o 2º álbum estará disponível em várias plataformas digitais. O show de lançamento pode ser acessado em https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=238702408335047


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VIII Ciclo de Palestras Ambientais

Lembramos a todos(as) que os dias do evento são hoje e amanhã (01 e 02/12)
Horário: 19h30 às 21h

O tema de (1/12) é sobre Crise hídrica e Climática: desafios para a gestão e educação ambiental.
Link de hoje: https://www.youtube.com/watch?v=5jj-DRFQHfA&ab_channel=SalaVerdeREAPUnesp-Tup%C3%A3

O tema de (02/12) é sobre Crise hídrica e Climática: desafios locais para a gestão socioambiental e  teremos a presença do nosso colega Prof. Dr. Rodrigo L. Manzione (UNESP); Dr. Emílio Carlos Prandi (DAEE) e Sr. Francisco Lupo Filho (Usina Branco Peres). 

E nesta edição, contaremos com tradução simultânea em libras

O evento será transmitido no Canal YouTube Sala Verde REAP: http://bit.ly/canalsalaverdereap
Venha discutir com a gente temas tão importantes!

Equipe Sala Verde REAP e grupo de pesquisa PGEA
UNESP, Tupã